Voltar | Por Efcaz 7/3/2024
Por mais que os termos due diligence e compliance sejam parecidos, a sua essência é distinta e mais simples do que parecem. De modo geral, ambos os conceitos estão relacionados com as práticas voltadas para o mapeamento de riscos e conformidade nas operações.
Mesmo que os dois conceitos sejam muito semelhantes, compreendê-los é o primeiro para definir processos individuais seguros e éticos, além de uma cultura voltada para a transparência aplicada a todos os processos, evitando perdas e mitigando riscos. Nesse sentido, este artigo busca explorar os conceitos de compliance e due diligence, além de explicar quais as suas principais diferenças e como eles podem ser aplicados em uma gestão eficaz.
O termo compliance deriva do verbo em inglês to comply, que significa agir segundo as regras estabelecidas. No contexto empresarial, ele se refere à prática de garantir que uma organização esteja conforme as leis, regulamentos internos e externos, bem como normas éticas. Assim, podemos dizer que o compliance pode ser entendido como o conjunto de medidas e procedimentos implementados para assegurar que a empresa atue de forma ética, legal e transparente.
Além disso, o compliance não se limita a uma área, podendo se estender para a área financeira, ambiental, trabalhista e ética, envolvendo a criação de políticas internas, treinamento de colaboradores, monitoramento contínuo e a aplicação de medidas corretivas quando necessário. A partir disso, o objetivo principal é prevenir riscos legais, reputacionais e financeiros, promovendo uma cultura organizacional fundamentada na integridade.
Por outro lado, o due diligence é um processo mais amplo que se concentra na investigação e análise de informações relevantes antes de tomar decisões estratégicas, como fusões, aquisições ou parcerias. Essa diligência prévia busca avaliar os riscos envolvidos e garantir que todas as informações críticas estejam disponíveis para uma tomada de decisão informada. No contexto do compliance, o due diligence é frequentemente utilizado para examinar a conformidade de uma empresa com normas legais e éticas. Isso pode incluir a revisão de práticas contábeis, contratos, políticas internas e histórico de conformidade.
Nesse sentido, podemos dizer que os dois conceitos são intrinsecamente interligados, pois enquanto o compliance estabelece as normas internas que a empresa deve seguir, o due diligence garante uma avaliação completa dessas normas, especialmente em situações de mudança ou expansão, incluindo a cultura organizacional, medidas anticorrupção e outros.
É possível perceber que a relação entre compliance e due diligence é essencial para a integridade e sustentabilidade das operações empresariais. Nesse sentido, o compliance surge como um elemento central do processo de diligência, uma vez que as auditorias e avaliações mais profundas estão diretamente ligadas com a conformidade legal.
A partir disso, surge o termo due diligence compliance, que se refere a essa investigação mais focada na observância do cumprimento das normas empresariais, e isso implica compreender a relação entre a adesão de normas e protocolos e melhoria contínua da organização.
Nesse contexto, os parâmetros e normas definidas têm como principal objetivo criar um padrão de operação para nortear as ações da empresa, as quais, por sua vez, devem ser avaliadas de perto, permitindo a análise e a melhoria de pontos críticos. Ao realizar uma due diligence que incorpora o compliance, a empresa busca mitigar riscos legais, financeiros e reputacionais, promovendo, assim, uma cultura organizacional fundamentada na transparência e responsabilidade.
O compliance, nesse contexto, estabelece as bases normativas internas, delineando as diretrizes que a empresa deve seguir. Por sua vez, o due diligence compliance complementa esse processo ao realizar uma análise minuciosa dessas normas, garantindo que estejam alinhadas com as regulamentações vigentes.
A sinergia entre a due diligence e as práticas de compliance desempenha um papel essencial na mitigação de riscos corporativos, proporcionando uma abordagem completa para identificar, gerenciar e prevenir potenciais ameaças. A diligência prévia, realizada durante negociações e transações, desempenha um papel crucial na antecipação de possíveis riscos.
Ao investigar detalhadamente todos os aspectos de uma operação, a due diligence minimiza a probabilidade de surpresas desagradáveis, oferecendo uma compreensão completa dos riscos potenciais antes mesmo de compromissos serem formalizados. Assim, este processo reduz significativamente a exposição da empresa a eventos adversos, riscos e imprevistos, fortalecendo a sua posição durante transações comerciais.
Além disso, as práticas de compliance não se limitam ao momento de transações específicas. Elas têm um papel contínuo na estruturação da política de conformidade da empresa, estabelecendo uma cultura organizacional responsável. Ao desenvolver políticas internas, normas e procedimentos que garantem a conformidade com regulamentações e padrões éticos, o compliance contribui para a prevenção de adversidades em todas as circunstâncias comerciais.
Dessa forma, a integração efetiva desses dois conceitos não apenas antecipa e reduz riscos em transações específicas, mas também cria uma base sólida para uma governança corporativa robusta. Ou seja: ela não apenas protege a empresa de ameaças potenciais, mas também constrói uma reputação de integridade e responsabilidade, fortalecendo sua posição no mercado.
Uma das maiores dúvidas acerca deste tema é: como aplicar os dois conceitos de forma que a gestão se torne mais eficaz, contribuindo com a gestão estratégica e com o ambiente organizacional? Antes de tudo, é importante ter em mente que cada organização possui uma estrutura, e por isso, os processos não são organizados da mesma forma. Porém, é possível seguir algumas ações, como um planejamento inicial e a elaboração de um contrato de confidencialidade, garantindo que haja o vazamento de dados sensíveis.
A partir disso, a organização deve levantar informação e dados históricos para compreender quais são os principais gaps e quais os pontos mais críticos, fazendo uma espécie de diagnóstico da organização. Após a análise desses pontos, é o momento de cruzar todos os pontos e interpretar os dados para chegar aos riscos, e assim, às oportunidades de melhoria, e isso envolve avaliar minuciosamente parceiros comerciais, fornecedores e clientes antes de se envolver em transações significativas.
Por fim, todo o processo deve ser documentado e mensurado para análises futuras, viabilizando assim a tomada de decisão e construindo uma reputação de integridade, confiança e responsabilidade.
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