Voltar | Por Efcaz 27/1/2023
Gestão de relacionamento com fornecedores, um ponto fundamental para o que ocorreu no caso da Americanas. No dia 11 de janeiro, a Lojas Americanas encontrou algumas inconsistências financeiras, provenientes do balanço do último trimestre de 2022, gerando um rombo de R$ 20 bilhões para a companhia.
Com esta notícia, as ações da empresa despencaram e a companhia entrou em processo de recuperação judicial, causando inúmeros prejuízos para a varejista.
Para compreender melhor a relação desse déficit com a gestão de fornecedores e com a estratégia empresarial, acompanhe este artigo até o final.
A Americanas é uma das maiores varejistas do país, e recentemente, foi noticiado que a companhia havia declarado um prejuízo de cerca de R$ 20 bilhões em seus balanços, que são publicados periodicamente, já que a empresa é uma companhia de capital aberto.
Atualmente, a empresa conta com acionistas como Jorge Paulo Lemann, Beto Sucupira e Marcel Telles, grandes nomes da economia e do mercado nacional.
O rombo de R$ 20 bilhões está associado com uma operação financeira denominada risco sacado, bastante comum no varejo.
Na prática, funciona da seguinte forma: a empresa empresta dinheiro no banco para pagar os seus fornecedores, e assim, o banco realiza o pagamento por meio de um financiamento, que é concedido com juros.
Financeiramente, este tipo de operação é vantajosa para as companhias varejistas por conceder mais prazo para realizar o pagamento das dívidas junto aos fornecedores, deixando assim um valor maior disponível em caixa.
Contudo, todas essas ações devem ser registradas nos balanços contábeis como dívida bancária para que sejam executados da maneira correta, o que não aconteceu, já que os valores foram registrados como dívidas aos fornecedores, e os pagamentos dos juros foram contabilizados como redução de valor devido desses fornecedores, e não como despesa financeira.
A partir desse equívoco, houve a distorção nos resultados dos balanços, uma vez que as despesas e o valor do endividamento geral apareceram com um valor menor do que o real, tal como o lucro e o patrimônio líquido maior do que o esperado.
Até o momento, a companhia declarou aproximadamente R$43 bilhões de reais em dívidas, além de 16.300 credores dentro do balanço do terceiro trimestre de 2022.
Contudo, o que a empresa possui em caixa é o valor de R$800 milhões, que inclusive não está disponível para movimentação, o que torna a situação um pouco mais complicada.
Após o prejuízo, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, com o objetivo de evitar a quebra da empresa e garantir a continuidade na operação da companhia, que conta com cerca de 1700 lojas em todo o país.
Nesse sentido, devemos destacar que toda a cadeia logística e de fornecedores da companhia é bastante complexa, e por isso, é essencial que todo o processo de estratégia e de controle de fornecedores seja impecável.
Impactos na confiabilidade e gestão de fornecedores
Desde o momento da publicação do balanço, a Americanas perdeu mais de R$ 9 bilhões de reais em valor de mercado, já que o valor das ações reduziu aproximadamente 85%, estando em queda livre no momento atual.
Além da queda nas ações, outra questão que a companhia terá que lidar é com a confiabilidade no mercado a partir de três frentes: clientes, fornecedores e acionistas.
Por ser uma companhia de capital aberto e disponibilizar as suas ações na Bolsa de Valores (B3), a confiabilidade é um aspecto essencial no quesito atratividade e valor de mercado, principalmente por ser um dos pontos a serem avaliados pelos acionistas.
Na dinâmica do mercado varejista, manter a confiabilidade no mercado e o valor de mercado é um dos pilares do lucro empresarial, e para que a companhia continue funcionando, toda a cadeia de fornecedores deve estar em pleno funcionamento.
Assim, com um rombo como esse, o não pagamento dos fornecedores pode causar ainda mais prejuízo para a companhia, que teria o seu funcionamento comprometido com a falta de produtos e de estoques para atender os consumidores, já que a companhia também é uma empresa B2C.
Até aqui, foi possível perceber o impacto que os problemas na gestão estratégica, financeira e de fornecedores possuem em uma grande companhia. Mas afinal, haveria alguma forma de ter evitado?
Na verdade, a implementação de um bom SRM teria facilitado a identificação dos gaps da empresa, em especial nos fornecedores, que é a raiz do problema.
Dentro desse contexto, o SRM tem a função de realizar a gestão de fornecedores como um todo, incluindo o cadastro e a homologação dos fornecedores, tal como a verificação contínua da situação fiscal e legal das empresas que compõem toda a cadeia.
Além disso, um bom SRM também possibilita a atualização de toda a documentação dos fornecedores, incluindo documentos legais, fiscais e certificações, garantindo que todo o processo ocorra assertivamente, evitando a falha ao longo da cadeia logística.
Outro ponto de grande impacto quando falamos da gestão da cadeia de suprimentos são as fraudes nas empresas, que podem causar prejuízos exorbitantes, tanto financeiros quanto para a imagem das companhias.
Inclusive, o combate às fraudes, crimes econômicos e gerenciamento de riscos já fazem parte das estratégias empresariais, e de acordo com o estudo realizado pela Price Waterhouse Coopers (PwC), cerca de 52% das empresas investem em ferramentas de combate a fraudes.
Isso porque estas ferramentas atuam na análise de dados para combater as fraudes, estando diretamente alinhadas com as práticas de compliance, contribuindo para o gerenciamento de riscos e no processo de auditoria de processos.
Nesse sentido, a implementação do SRM torna as empresas muito mais estratégicas e assertivas, tanto por controlar toda a cadeia logística quanto por atuar diretamente no gerenciamento de riscos e combate às fraudes.
O SRM da Efcaz pode transformar a gestão de relacionamento com fornecedores da sua empresa, trazendo mais assertividade e automatizando o processo de gerenciamento e credenciamento de fornecedores. Fale com um de nossos especialistas e saiba mais sobre a ferramenta.
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